PORTUGAL - Um grupo de dez estudantes de um seminário evangélico está desde sábado fazendo uma ação em Fátima para promover material bíblico e um site na internet com recursos de formação espiritual.
“Trata-se de uma oportunidade para eles conhecerem o que é uma dimensão da cultura católica e de abrir horizontes para outras sensibilidades cristãs”, disse ao PÚBLICO o pastor Paulo Pascoal, 40 anos, diretor do Seminário Teológico Baptista e responsável pela ação, que durará até ao final do dia.
“Não queremos fazer nenhum juízo, nem apologética, nem entrar em confronto com ninguém”, afirma Pascoal. Nem é para dizermos às pessoas que estão erradas”, insiste. Para os evangélicos, a devoção católica à mãe de Jesus é despropositada e sem fundamento bíblico.
O pastor batista admite que, em alguns casos, lhes têm perguntado se também são peregrinos. “Dizemos que sim e, se tivermos ocasião, explicamos quem somos. Mas apenas como afirmação da nossa fé, centrada em Jesus Cristo, para dizer que ele é suficiente para a nossa espiritualidade.”
Distribuíram algumas centenas de calendários com citações bíblicas e cartões a anunciar o site www.conhecerdeus.com. Desde final de Setembro, e sem publicidade, diz, a versão portuguesa deste site na Internet já teve 7.500 visitas.
O acolhimento da ação tem sido positivo, com “conversas amigáveis”. E os estudantes descobriram mesmo outro grupo de evangélicos irlandeses e brasileiros, que estão fazeendo uma ação idêntica nas proximidades do santuário.
“Crenças populares”
Sobre as divergências que os evangélicos têm em relação ao que se passa em Fátima, Paulo Pascoal afirma que “há muita religião popular que não tem Jesus Cristo no centro, que é mais centrada em crenças populares, sendo afirmações de religiosidade”. Mas esse não é “um problema exclusivo do catolicismo, também no meio evangélico existe”, diz.
A experiência de Fátima começou com Daniel Resende, um missionário evangélico brasileiro que esteve em Portugal, há seis anos. “Tornou-se uma oportunidade para os nossos estudantes de conhecerem um aspecto do catolicismo.” Desde então, o grupo tem realizado esta ação uma ou duas vezes por ano, quase sempre coincidindo com as peregrinações de Maio e Outubro. (Fonte: Publico.PT / Adaptado por O Verbo) -